terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aqui por Arambol...


Cheguei a Arambol ha 18 dias. Este e o primeiro post desde entao (o dos coqueiros nao conta!). Tenho tantas coisas para contar que nem sei por onde comecar! O yoga no estilo Iyengar, as massagens ayuryogicas, as aulas de danca, os amigos novos, a estupefaccao perante o comportamento dos indianos em noite de fim de ano (dava um filme tipo David Lynch!!), os encontros imediatos de 12o. grau com seres... bem, nem sei como classificar... digamos, diferentes, unicos, bizarros! LOL!!


Comeco pelo yoga.


Bom, na verdade, uma das coisas que me trouxe a India foi o yoga. Desde que comecei a praticar regularmente, faz 2 anos e tal, apaixonei-me por ele. A palavra yoga deriva do sanscrito yuj que significa juntar, unir, direccionar a atencao em algo. Pois bem, e isso que sinto mudar em mim cada vez mais em cada dia que passa. Sinto-me mais una, mais concentrada e direccionada para o que julgo ser o meu caminho ;-)


O Yoga faz parte da filosofia indiana e foi sistematizado numa obra classica, Yoga Sutras, por Patanjali. A partir dai, muitas voltas se deu ao texto e hoje, encontramos varias escolas com diferentes abordagens praticas ao yoga.


Pois bem. Ate hoje o yoga que pratiquei foi o Hatha Yoga, a que ha quem defina como sendo o yoga tradicional. Se e assim ou nao ainda nao sei. Tenho que experimentar varios professores, estudar muito para chegar a uma conclusao (se ela existir, porque este tema e tao vasto que posso passar o resto da minha vida a aprender e nunca hei-de chegar ao fim). Por isso decidi comecar pelo Himalayan Iyengar Yoga Centre. Sempre ouvi falar deste senhor Iyengar e quis experimentar umas aulas. Continua a ser Hatha Yoga mas a sequencia, o tempo e a forma de fazer as asanas e diferente ao que estou habituada.


Iyengar transformou o yoga numa arte pelo perfeccionismo e detalhe com que sempre executou as asanas. Ao viajar para o Ocidente deparou-se com uma realidade diferente da indiana e de forma a tornar a execucao das asanas possivel aos corpos rigidos dos ocidentais introduziu varios elementos nas aulas. Cintos, fitas, calcos, almofadas, etc. Com o tempo, o praticante vai ganhando flexibilidade, resistencia e forca, podendo-se descartar do seu uso gradualmente. Entretanto, desvia a atencao do facto de nao chegar com a mao ao calcanhar ou de nao conseguir por a perna por tras do pescoco (LOL) para se focar em algo mais importante: escutar e entender o seu corpo. E dada muita importancia a forma como se posicionam os pes e como pequenos detalhes nesse posicionamento influenciam toda a postura das pernas e bacia. Impressionantes e simples exercicios e as sensacoes que desencadeiam... uau... fiquei de boca aberta! Pessoas com problemas de coluna, pescoco e joelhos recebem indicacoes diferentes logo no inicio. Ha asanas que nao devem fazer ou que, pelo menos, devem fazer de forma diferente.


Ate agora estou a gostar bastante da experiencia. No inicio fez-me um pouco de confusao toda a panoplia de elementos necessarios para executar as asanas, mas com o passar dos dias fui comecando a escutar melhor o meu corpo e a entender que tambem eu devo usa-los em varias asanas. Na verdade quase todas. Porque ganhar flexibilidade a custa de molestar joelhos, pescoco e costas nao me parece o bom caminho. Yoga nao e contorcionismo e nao se e melhor por se conseguir fazer as asanas na perfeicao. Yoga e equilibrio, harmonia e paz interior. Agora. No momento em que executamos a asana devemos sentir tudo isso. Que adianta conseguir por as pernas atras das costas (e um exemplo!) se isso nos causa desconforto e quase rebentamos porque nem conseguimos respirar??? Que adianta fazer a invertida sobre a cabeca se isso nos causa tensoes enormes no pescoco??? Por falar em invertida sobre a cabeca... nao se faz aqui. Pelo menos da mesma forma. Sharat, o professor defende que para se fazer a invertida sobre a cabeca de forma tradicional sem tensoes no pescoco e coluna sao necessarios cerca de 10 anos de pratica. No entretanto podemos lixar essas duas partes do nosso corpo. Entao a pergunta e: vale a pena quando se pode obter os mesmos beneficios de outra forma sem se sofrer as consequencias negativas? Resposta de Sharat: NAO! Solucao: invertida com ajuda de cordas onde nos penduramos! :-D A cabeca fica "no ar", tudo estica e alonga. Um must!!


Bom, ja esta longo o post e como quero que continuem com vontade de me ler, fico por aqui, por agora. As massagens ayuryogicas, as aulas de danca, os amigos novos, a estupefaccao perante o comportamento dos indianos em noite de fim de ano (dava um filme tipo David Lynch!!), os encontros imediatos de 12o. grau com seres... bem, nem sei como classificar... digamos, diferentes, unicos, bizarros, ficam para a proxima! Deixo-vos com um por-do-sol que nao consigo cansar-me de fotografar!




Um grande beijo no coracao!!!!!!!!!!




Sejam felizes ;-D