domingo, 13 de junho de 2010

Se eu pudesse fazer massagens, todos os dias, fazia ;-)

Massagens. A grande descoberta desde que cheguei a estas bandas do planeta. Iniciei-me com a massagem Ayurveda/Yogica (Ayuryogic), na India, continuei na Tailandia com a massagem Yogica (mais conhecida como massagem Tailandesa) e reflexologia. Fico impressionada com a diferenca de rapidez de aprendizagem entre a primeira e a ultima massagem que aprendi. Quando comecei a Ayuryogic, baralhava-me imenso e cheguei a acreditar que nunca conseguiria memorizar toda a sequencia, que nunca conseguiria fazer a massagem com "flow". As merdas que metemos na cabeca, hein?! Algumas massagens depois (vou quase numa centena) ja tinha o tal flow e ate ja improvisava. E incrivel como se comeca a ler os corpos, a ser sensivel as expressoes faciais, as reaccoes corporais de quem esta a receber a massagem. Mais incrivel que isso e comecar a olhar as pessoas que conhecemos e, quase automaticamente, naturalmente, pensar no que os seus corpos precisam. Indo mais alem, o que as suas almas precisam. Sim, porque para mim massagem faz parte de uma ampla categoria de terapias holisticas.
Para alem da massagem, iniciei-me na Ayurveda, medicina tradicional indiana. Um mundo de conhecimento que cada vez me interessa mais. Nao consigo parar!!!
Ayurveda, massagem, yoga... tudo conectado. A Ayurveda ensina muitas coisas e uma delas e a importancia da massagem. De uma forma geral, todas as pessoas precisam de algumas coisas para viver em harmonia e com saude. Uma delas e a massagem. A activacao da circulacao, o acordar dos orgaos - sendo a pele o primeiro e mais amplamente acordado - o alongamento dos musculos e tendoes, o bem-estar geral etc, etc... tudo isto e quase tao vital como respirar e comer todos os dias. Claro que avaliando esta afirmacao ayurvedica, com olhos de quem vive numa sociedade em que a massagem e vista (e cobrada) como bem de luxo, parece quase um disparate. Da vontade de rir! No entanto, dando vontade de rir ou nao, e verdade. Todos deveriamos ter acesso a massagens. Seriamos mais felizes, menos stressados e mais saudaveis ;-)
Na Tailandia, a ver pelo numero de casas de massagem e pelo preco a que sao dadas podemos concluir que, mesmo sem Ayurveda, os tailandeses consideram-na, tambem, essencial. Faz parte das suas vidas, todos os dias.
Gostava que fosse assim em todo o mundo :-)))) Aposto que toda a gente gostava!
Se eu pudesse fazer (e receber!) massagens, todos os dias, fazia (e recebia!)
Peace, Love and Massage sera o meu novo lema!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 12 de junho de 2010

Os pobres porcos

Na ultima viagem de barco para Ko Phangan, assisti a uma cena de puro terror. A preparar-me para sair do barco, deparo-me com uma imagem horrivel. Uma carrinha chei de porcos. Porcos gordos, cor-de-rosa a guinchar e a transpirar que nem porcos (LOL). Como se destilassem a gordura que e o seu corpo. Guinchavam porque sofriam. A jaula onde estavam enfiados ha nao sei quanto tempo, com um calor abrasador, nao os deixava mexerem mais do que as orelhas. Nao tinham espaco sequer para esticar as pernas. Nao tenho forcas para discussoes sobre a etica presente no que metemos a boca nem sobre respeito pelos animais. Cada um sabe de si, de como trata o mundo a sua volta e do que come. Eu nao comi carne de nenhum daqueles animais enjaulados. O stresse a infelicidade que acumulavam nos seus corpos nao me afectou mas a simples visualizacao de tal cena, grotesca, afectou a minha alma por agumas horas. Verdade seja dita que ja quase me esqueci de como carne como aquela afecta o meu corpo e a minha alma. Mas de uma coisa tenho certeza. Desde que deixei de comer animais, sinto-me muito mais em paz e em sintonia com o cosmos.
Na Tailandia, como em varios outros paises do sudoeste asiatico, ir aos mercados pode ser uma tortura para mim. Ele e ver todo o tipo de animais, semi-vivos (mehor, semi-mortos) em jaulas, prontos para a faca. Aqui parece-me pior, mas em qualquer parte do mundo acontece o mesmo desrespeito pelos animais, seja para comer ou nao. A cena do barco nao e uma cena que nunca tenha visto. Nao sei se hoje em dia ainda e permitido transportar animais em tais condicoes, mas ha uns anos era. Quem nunca viu um camiao cheio de porcos/vacas/ovelhas, a molhada? :-( Triste, ne?
Pois bem, eu tomei a minha decisao ha algum tempo. Colaborar o menos possivel para que estas cenas ainda possam ser vistas. Nao como animais, o que consumo de origem animal (ovos, leite, queijo...) e de producao biologica e deixei de comprar artigos de pele. Nao facam como eu. Facam mehor, se puderem ;-)
Bem haja!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Perhentian Island, Malasia

O calor acorda-me todas as manhas. O calor ou a M! Esta manha foi a M! E cedo e e a ultima manha em Perhentian Island. Ha que aproveitar cada minuto. Mesmo que um pouco cansada, fiquei contente por ter sido acordada! LOl!Verdade seja dita que de tudo o que ha para fazer nesta ilha, ainda um pouco paradisiaca, ja fiz quase tudo. Quase. Faltam-me as caminhadas e o mergulho. As caminhadas ficam para a proxima visita, definitivamente. mas o mergulho, talvez ainda possa experimentar. Espero ansiosamente!
R, instructor de mergulho, espanhol, couchsurfer de "nascenca" (suportavel!) divertido, ironico, generoso, aceitou trocar uma massagem por uns mojitos e umas horas de introducao ao mergulho. A ver...
Snorkeling nos corais ou em agua aberta, e para mim, o must desta visita. Ate agora. Porque ainda nao fiz o mergulho. Talvez amanha esta afirmacao deixe de ser verdadeira. Por ora, o snorkeling esta no topo da lista. Eu sei que nao e uma cena nada de especial mas dado o medo que tenho do mar (a parte que nao se ve quando se esta de fora, quando apenas se ve a superficie), e algo especial.
Nao e a primeira vez que faco. Experimentei no Mexico, ha uns anos e correu bem. Normal! Para ser sincera, nao sei de onde me vem este medo do mar nem quando comecou. Nao e coisa que tenha tido sempre. Pelo contrario. Quando era adolescente, lembro-me que passava as ferias de Verao dentro de agua. Perto da costa, longe, com prancha, sem prancha, com boia, sem boia, no meio de rochas, a nadar... whatever... sempre dentro de agua. Bom, nao obstante tudo isto, agora, presente, sinto-me muito limitada quanto a tudo o que se pode fazer no mar.
O snorkeling correu bem, sempre com alguem por perto, claro! Mais do que ver peixes e corais coloridos, e para mim uma terapia. Estava um pouco nervosa no primeiro spot. Talvez o facto de se chamar shark point, tenha contibuido para o nervosismo! Mesmo que os tubaroes sejam pequenos e inofensivos, nao me sinto confortavel a nadar na casa deles. A frase do costume nao me convence: "eles nao fazem nada. Normalmente, fogem de ti." O meu cao tambem nao faz nada mas ja me mordeu. Muitos animais nao fazem nada mas as vezes passam-se! E um tubarao pode passar-se! E pode passar-se COMIGO. LOL! Ja viram a boca de um tubarao? Os dentes? EU JA!
Bom, mas agora quem nao se deve passar sou eu! Foi tudo shanti, shanti, tenho os bracinhos e as perninhas no lugar e o respeito que tenho pelo mar e pelos tubaroes aumentou. O medo diminuiu :-) RESPECT! Alem disso, toda a beleza dos corais, dos peixes, das tartarugas (so vi duas, mas bastou. Sao divinas!), de se estar no silencio quase absoluto prendeu um pouco da minha alma. Pura meditacao.
Com amor,
Nataraja!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Viver sem dinheiro!

Recebi hoje um e-mail que me fez sorrir. Um dia, tambem gostaria de viver sem dinheiro. Na verdade, ja o tenho feito uma ou outra vez. Troco massagens por algo que precise. LOL ! Aqui deixo o e-mail. Quero partilhar:

"Um economista britânico que passou os últimos 18 meses vivendo sem dinheiro está lançando um livro em junho contando a sua experiência (The Moneyless Man, ou O Homem Sem Dinheiro, em tradução livre) e diz que nunca foi tão feliz ou tão saudável.
Mark Boyle começou seu experimento em novembro de 2008, aos 29 anos, com o objetivo de chamar a atenção para o excesso de consumo e desperdício na sociedade ocidental.
Na ocasião, ele se mudou para um trailer que ganhou de graça no site de trocas britânico Freecycle e passou a trabalhar três dias por semana em uma fazenda local em troca de um lugar para estacionar o trailer e um pedaço de terra para plantio de subsistência.
Dezoito meses depois ele afirma que não pensa em voltar a usar dinheiro e que, com o que ganhar com a venda do livro, pretende comprar um pedaço de terra para montar uma comunidade em que outras pessoas que queiram viver sem dinheiro, como ele, possam morar.
"Foi o ano mais feliz da minha vida", disse Boyle, 12 meses depois de começar a experiência, "e não vejo nenhum motivo para voltar a um mundo orientado pelo dinheiro".
"Foi libertador. Há desafios, mas não tenho o estresse de uma conta bancária, contas, engarrafamentos e longas horas em um trabalho do qual que não gosto."
A parte mais difícil, conta ele, foi manter uma vida social sem dinheiro, mas ainda assim ele classifica o ano como tendo sido "fantástico".
Boyle continua a viver no trailer em Timsbury, no sudoeste da Inglaterra, onde cozinha em um fogão de lata movido a lenha e colhe comida nas florestas, além de plantar alguns legumes para seu próprio consumo.
Ele também construiu um banheiro séptico - uma fossa - do lado de fora do trailer, onde um biombo de madeira garante sua privacidade.
Para garantir a eletricidade, Boyle usa painéis solares. Ele também usa um chuveiro solar - um saco de água coberto de preto, que esquenta sob o sol.
Boyle tem acesso à internet de banda larga em troca de serviços em uma fazenda próxima, e criou o site Just For The Love of It ("Só por amor", em tradução livre), onde promove a troca de serviços e empréstimo de objetos e ferramentas entre seus membros, pela simples "bondade".
Sua ideia é que as pessoas passem a confiar mais umas nas outras e comecem a se ajudar e trocar favores.
Ao começar a experiência, Boyle disse acreditar que "a falta de relação que temos do que consumimos é a primeira causa da cultura de desperdício que vivemos hoje".
"Se tivéssemos que plantar nossa própria comida, não desperdiçaríamos um terço dela."
Sua mensagem, diz ele, é: "consuma um pouco menos".
"Não espero que ninguém vá ao extremo do que fiz neste ano, mas temos questões como o ponto sem retorno das mudanças climáticas chegando, e acredito que temos que levar essas coisas a sério."
"Então, use menos recursos, use menos dinheiro e um pouco mais de comunidade. Essa, provavelmente, a mensagem que eu daria.""

Com amor,

Nataraja :-)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Acreditar no impossivel...

Acreditar no impossivel.

Acreditar que o oceano vai levar esta mensagem ate ti.

Posso sentir as tuas maos a tocar a garrafa, tal como os teus labios a tocar os meus apos meses de ausencia.
Posso sentir as tuas maos a desdobrar o papel, tal como os teus olhos a despir a minha roupa apos meses de distancia.
Posso sentir a tua voz a ler cada palavra, tal como a tua alma a amar-me toda, apos o impossivel.

AMO-TE. SEMPRE, PARA SEMPRE, ate ao IMPOSSIVEL...

A Tailandia...

Um mes nao e suficiente para conhecer um pais. Nem uma cidade, quanto mais um pais. Nem Portugal, quanto mais a Tailandia. No entanto, e suficiente para se sentir se se quer voltar. No meu caso e mesmo tendo vivido momentos unicos, sinto que nao vou voltar. Bangkok e uma cidade cosmopolita. Respira organizacao, limpeza (bom... eu vim da India!! LOL) e muito consumismo. Demasiado, a meu ver. Ha muito tempo que o meu interesse por cidades se esgotou. Sobretudo se forem cidades de interior, sem mar. E o caso de Bangkok. Nada me cativa, ai. Chiang Mai, a norte, podemos considerar a capital das massagens. As boas escolas estao quase todas em Chian Mai. Todavia, nao e atributo suficiente para me fazer querer ficar. E uma cidade antiga, com 1001 templos, nenhum impressionante. Mais, o primeiro que visitei deixou-me com uma ideia nao muito positiva! Fui atacada por um tarado que se fazia passar por guarda do templo! Ou isso ou era mesmo um guarda tarado. Ja nao digo nada! Tudo e possivel! Estava eu entretida a tirar umas fotos quando se aproximou e me chamou para junto dele. Como nao falava uma palavra de ingles ( como quase todas os tailandeses), aproximei-me. Comecou a guiar-me para a casa ao lado do templo. Pensando que me queria mostrar algo, segui-o. Fui subindo as escadas, intrigada com o individuo. Estava num templo, a minhas amigas estavam a minha espera no patio. Nem por um segundo me passou pela cabeca que o tipo me queria atacar! So quando me abriu uma porta que dava para uma casa-de-banho, entendi que estava em apuros. Tentei disfarcar, agradecendo e dizendo que nao queria ir a casa-de-banho. LOL! Entao, comecei a descer as escadas sem fazer grande alarido quando o tarado me agarrou. O HORROR! LOL Nesta situacao, fiquei contente por ter herdado a pujanca das cordas vocais da minha querida mae! Um berro foi suficiente para assustar o tipo e para as minhas amigas me socorrerem. Nao passou de um susto e de uns apalpoes nojentos mas foi suficiente para gravar na memoria o perigo inerente a uma inocente visita a um templo tailandes. Nao mais entrei num tempo. Em Chiang Mai ou em qualquer outra parte da Tailandia. Aparte tudo isto, de todas as formas, a minha vinda a Tailandia tem um proposito bem claro e nao e fazer turismo, obviamente. Improvisacao e viver o momento sao sempre possiveis mas no topo da minha lista de prioridades esta a aprendizagem da massagem. Foi esta a prioridade que me levou a Lahu Vilage, uma pequena aldeia tribal, de algumas que ainda restam por aqui. Na verdade, de tribal ja nao tem muito. Cstumava ser uma tribo nomada, ja nao e. O Governo "obrigou-a" a fixar-se. Costumava viver da caca, ja nao vive. Cria porcos, galinhas e talvez mais algum ser vivo que prefiro nem saber. Penso que neste aspecto, os Lahu tem muito em comum com os tailandeses: comem tudo o que mexe!!!
Costumavam ser livres, ja nao sao. Precisam de bilhete de identidade e as criancas tem que ir a escola. Tailandesa. A lingua e apenas falada, pelo que, a meu ver, em algumas geracoes nao havera registo da lingua Lahu. Deixando de falar o ultimo Lahu, a lingua desaparece. Game over. Costumavam entreter-se com jogos de rua, agora fazem-no com a TV. Bm, ha ainda muitas coisas que fazem da aldeia um sitio especial e quase unico. As casas sao de bambu, mesmo ja havendo algumas de madeira, sem cozinha, sem quartos e sem casa-de-banho. A maior parte delas tem apenas uma divisao, a familia dorme toda junta, em pequenos colchoes no chao e fogao nao existe. Tudo e cozinhado em potes de barro, tendo uma fogueira como fonte de energia. Nao deixa de ser comico ver tudo isto a par de uma TV, dvd's e grandes antenas parabolicas no exterior. Por debaixo das casas, vivem os porcos e as galinhas. alimentados sobretudo de troncos de bananeira, que as mulheres cortam miudamente todas as manhas e dos restos das refeicoes diarias. Trabalham em campos de flores, a grande moda e dai advem a maior parte do seu rendimento.
Estive 2 semanas a viver nesta aldeia. Sem turistas. Aprendendo Thai Massage, conhecendo pessoas extraordinarias, com muitas e boas historias para partilhar e melhor que tudo isto... conheci um pouco mais de mim e de como sou feliz... livre, vivendo uma vida simples. Com muito pouco contacto com a "civilizacao" e muito contacto com a Natureza. Com mim mesma. Caso para dizer: quanto menos, melhor ;-)
Estou perto de voltar para a India e da Tailandia guardo boas recordacoes. Fiz bons encontros aqui. Poucos mas bons. Lahu Vilage foi o must deste episodio. Guardo os cheiros, os sons, o ceu estrelado e a tempestade ao longe, no horizonte, por cima das montanhas, os rostos das criancas e o sorriso dos adultos.