quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tão perto e tão longe

Passados 2 meses desde que cheguei ao velho continente, estou de novo a fazer as malas para voltar à Ásia. Índia, Tailândia e de novo Índia :-) Sou um bocado rotineira! LOL! Quando provo e gosto, não há forma de comprar outra coisa... até me fartar...
Bom, balanço deste regresso temporário:
  • não faço, de facto, falta a ninguém! LOL! Quer dizer, à minha mãe devo fazer, mas ao resto... ao resto é igual estar do outro lado do mundo ou estar aqui. Não esperava outra coisa depois de quase 2 anos ausente. A vida não pára. Ou se calhar esperava de alguns "amigos" mais vontade de me ver, de estar comigo, etc, etc. Também não andei atrás de ninguém, não liguei muito mas avisei que estava cá. Enfim! Tenho que ser forte! Estive tão longe geograficamente e não me dei conta que podia vir a estar mais longe ainda quando voltasse. Tão perto e tão longe.
  • Lisboa já não é a minha casa. Ter ido para a Noruega há 2 anos, mudou mesmo a minha vida. Aqueles meses a viver no fiorde mostraram-me que é no meio da natureza que eu tenho que viver. Não no meio de uma cidade como Lisboa, linda e maravilhosa mas cheia demais. Cheia de pessoas, cheia de trânsito, cheia de barulho, cheia de cocó de cão nos passeios, cheia de loiras falsas e de metrosexuais.
  • Poucos são os que me motivam a sair de casa. É normal. Repito, a vida não pára. As pessoas mudam. Eu mudo. Os "amigos" são para sempre. Por isso esses amar-me-ão e eu amá-los-ei sempre, por muito que mudemos. Mas aqueles com quem costumava passar muito tempo e pensava que se incluíam nesse grupo dos "amigos", revelam-se deveras dispensáveis. Eles para mim e eu para eles, suponho.
  • Os pastéis de nata são os melhores bolos do mundo, o queijo de azeitão o melhor queijo do mundo e o vinho do Porto o melhor vinho do mundo.
  • A costa portuguesa é a mais linda do mundo, merecendo a costa vicentina e o sudoeste alentejano 5 estrelas.

Beijos no coração!

sábado, 24 de julho de 2010

Contradicoes indianas. Tudo ao mesmo, sem do nem piedade...

Havia um tipo em Bhagsu. Partiu ha ja uns meses. Andava a curar as pessoas com vicio em terapias e cursos. Ha malucos para tudo. Para crer que fazendo todas as terapias do mundo (desde as mais cientificas ate as mais esotericas) reencontram a sanidade fisica e mental e para crer que podem curar os primeiros! Na verdade, com um pouco de imaginacao, encontra-se forma de arranjar clientes para tudo. Clientes com sede espiritual. Clientes que pensam que veem a India (supostamente o pais da espiritualidade...) fazem uns cursos, umas sessoes disto e daquilo e tungas. Transformam-se em seres espirituais. Gandas malucos! Mas melhor que isso e crer que ha mercado para pagar um curso de desintoxicacao de terapias. LOL!!! Ou seja, por o dedo na ferida dos "capitalist spiritual seaker's", faze-los entender que ninguem vai transformar ninguem num ser equilibrado, sao e espiritualmente evoluido, de um dia para o outro, por muitos euros e dolares gastos e que por isso o melhor e parar de fazer tudo a eito, como se nao houvesse amanha, parar, reflectir e decidir usando sensatez q.b. (parece-me um gesto bonito, ate aqui) e, entretanto, gastar mais uns euros ou uns dolares num curso que ajuda a saber escolher ou nem isso, mandar tudo resto as ortigas, porque... "todas as respostas estao dentro de ti" (frase linda e verdadeira mas facilmente transformada em lugar-comum quase inocua). Brilhante, hein?
Esta conversa toda porque ao trocar umas ideias com um tipo que conheci ha umas semanas, fui "acusada" de viciada em conhecimento. Disse-me, esse tipo, que aparentemente pertencia ao grupo de clientes-alvo do gajo que desintoxica os viciados em terapias e cursos. Que tinha um problema por estar a aprender musica (flauta e canto indiano), yoga, ayurveda, massagens... Que pessoas como eu alimentavam este mercado espiritual sem nexo. Respeitei o seu input mas nao concordei, como e obvio. Na verdade, tudo o que tenho aprendido desde que cheguei a India, ha 8 mesesm esta inter-ligado. Menos obvia pode parecer a ligacao da musica com o resto. Nao que precise ou sinta necessidade de dar uma explicacao ate porque me parece de senso-comum mas tive que lhe explicar que a musica faz parte de mim, faz-me feliz, e uma tradicao indiana, fortemente presente no yoga, na meditacao, na devocao. Mantras, slokas, simples oracoes... nao podia estar mais ligado...
Bom, este mesmo "amigo", da sessoes que ajudam a descobrir qual a "tua" meditacao. Depois de todo o seu discurso... Porque segundo ele (e e verdade) cada um tem a sua forma de meditar. Vipassana, zen, o que seja, nao serve a todos, porque nem todos somos iguais. Concordo. So acho que nao pagaria a ninguem para me dizer qual a melhor meditacao para mim. Quero ser eu a experimentar, ate encontrar. Nao alimento este mercado espiritual sem nexo.
Shanti, shanti...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Step by step

Dharamshala tem sido uma boa experiencia. Aqui estreei-me na Ayurveda, com o Panchakarma, na musica, com as aulas de canto e flauta indiana e por fim com o Reiki. 3 e a conta que Deus fez! O Panchakarma deu-me a ceteza de que a Ayurveda e algo que quero estudar quando voltar a India. As aulas de canto e flauta indiana deram-me a certeza de que a musica faz parte de mim e que ha tempo para tudo. Sempre adiei o inicio da aprendizagem mas agora vejo que foi porque tinha que ser. E preciso paciencia e persistencia, qualidades que nao sao o meu forte quando nas primeiras tentativas os resultados nao sao os melhores. Agora, estou preparada. Sou cada vez mais paciente, estou cada vez mais apta a esperar resultados e a saber aprecia-los, pouco a pouco.
O Reiki... bom, o Reiki e algo que me "persegue" ha anos. Sempre me intrigou mas nunca tive vontade de aprender. Como "utilizadora" nao dizia que nao, mas como "praticante" nunca me atraiu. Ate ha pouco tempo, quando comecei a fazer massagem e comecei a sentir que ao tocar um corpo ha energias que se trocam. Nao querendo sugar nem ser sugada por ninguem, entendi que seria primordial aprender a gerir essa troca de energia. Melhor, tirar partido disso. Poder oferecer uma experiencia mais reconfortante, plena, quando faco massagem. Assim decidi iniciar-me no Reiki.
O Reiki e uma terapia de cura esoterica, pode dizer-se. Quanto mais aprendo mais me dou conta de que, tal como acontece com a musica, antes nao estava preparada. Tudo acontece no momento certo ;-) Para chegar a esta etapa, houve muita aprendizagem intermedia pelo caminho. Precisava de muitos conceitos, de muita sensibilidade e acima de tudo de muita fe. E quando digo fe, digo crenca total e incondicional em algo superior, alem do tangivel, do compreensivel, do racional, da logica. Sem duvidas. Porque com duvidas nada funciona. Nem o Reiki, presumo. Agora nao tenho duvidas da existencia desse algo superior. Nunca, em nenhuma circunstancia. Agora estou preparada para o Reiki.
Foi um longo caminho ate aqui. Step by step. O fim nao sei onde sera... melhor, o fim nao sei se existira... creio que nao...
Beijos no coracao!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fotos da Índia, Tailândia e Malásia

Tentei por várias vezes colocar fotos relacionads com os posts que ía escrevendo mas nunca o fiz com sucesso. Apenas consigo lançar 3/4 fotos de cada vez e isso não me satisfaz. Se alguém me puder explicar como fazer um albúm de fotos no blogger, fico eternamente grata :-)
No facebook, não me apetece porque o processo também não é dos mais rápidos e eficazes, pelo que decidi pelo Picassa, como solução para este meu "problema". Assim, aqui vos deixo o link que vos dá acesso a algumas das fotos que tenho tirado ao longo destes 8 meses. Algumas estão repetidas mas estou a trabalhar nisso para que a visualização se torne mais prazerosa. A selecção está em curso :-) Sejam pacientes!
Beijos no coração!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Panchakarma da cobra

Terminou hoje o meu tratamento panchakarma. Seria, normalmente, razão para estar excitadíssima. Por várias razões. Por poder voltar a comer normalmente, por poder voltar a ter uma pele com um cheiro normal (os óleos ayurvédicos podem ser os melhores do mundo, mas são também os mais mal cheirosos!), por poder voltar a ter sexo (caso me apeteça, ora!!!), por poder voltar a fazer caminhadas longas, yoga sem restrições (estava proibida de fazer inversões) e, principalmente, por poder ter joelhos sãos. Essa foi a razão que me levou a gastar dinheiro e tempo com este panchakarma. Não correu bem, aparentemente. Banha da cobra? Melhor. Panchakarma da cobra?
Os meus joelhos estão iguais ao que estavam quando comecei o tratamento. Como se isso só não bastasse para não estar feliz da vida, a minha médica ainda consegui deixar-me mais... irritada será a palavra certa... irritada quando me fez saber que deveria continuar por 3 meses a toma de uma data de cenas ayurvédicas porque os meus joelhos não estão melhor (grande novidade!) e que essas cenas não estão incluidas nas 24000 rupias que paguei. Ou seja, tenho que pagar.
Será que no fim dos 3 meses, se vai lembrar que há algo mais indicado para os meus joelhos do que as cenas que me quer dar agora e que o deverei tomar por mais 3 meses e, claro, pagar? Será que algum dia me conseguirá devolver os joelhos que tinha há uns anos??
Não sei que dizer, não sei que fazer... Help. Algum conselho?

domingo, 11 de julho de 2010

Essa coisa chamada monsão

Sempre tive curiosidade de saber como é a monsão. Tipo, como é possível viver num sítio que durante 2/3 meses se transforma num rio? Curiosidade idiota, eu sei, mas... de idiota todos temos um pouco, não?!! LOL

Bom, quando decidi voltar à India não decidi matar a curiosidade mas o destino encarregou-se de me la matar! Pois! Só escolhi (sem saber onde me estava a meter!) o sítio da India onde a monsão mata a curiosidade de pessoas como eu, à séria, sem dó nem piedade. Ah, pois é!!

Na verdade, é diferente do que imaginei, pois não chove sem parar o tempo todo. Só chove às vezes. Todos os dias, de manhã ou de tarde ou de manhã e de tarde, mas não todo o dia sem parar! Até agora, pelo menos. Mas quando chove, chove mesmo. Torrencialmente. Tudo se transforma, em minutos, numa torrente de água que parece não ter fim. Impressionante.

Nos primeiros dias, se acordava com um sol radiante a aquecer a alma, punha as havaianas, t-shirt e lá ía eu à minha vida de paciente panchakarma. Não precisei muito tempo para entender que aqui, independentemente de fazer sol ou não quando se sai de casa, leva-se SEMPRE o chapéu-de-chuva e uma camisola quente, PELO MENOS. Porque a chuva não se faz anunciar e chega rápido e violentamente sobre as nossas cabeças.

Não está frio, mas o céu já nos bombardeou com umas pedritas de gelo. Também não está calor, mas quando não chove sabia bem um mergulho na piscina do templo. Não sou corajosa o suficiente para tal - nunca vi uma mulher cair na água e não quero tornar-me lenda. Não está tanto calor para tamanho risco...

Humidade entranha-se nos ossos. E nas paredes. E nas roupas. E em tudo. Um horror. O mais difícil, para mim. Detesto humidade, sentir as coisas meio-secas, meio-molhadas. Por isso, quando faz sol, é ver toda a gente a estender as roupas sobre as pedras, os sapatos, os tapetes e tudo o demais. Para secá-los e para que o cheiro bolorento se vá. Pena as casas não terem telhados removíveis automáticos para que o sol pudesse entrar adentro e secar tudo de uma vez!

Por um lado, não me afecta muito porque, depois de vários meses num constante frenesim, sinto falta de tempo para estar apenas comigo, com as minhas leituras, com os meus filmes, com os meus pensamentos. A chuva dá-me isso, sem qualquer esforço da minha parte. Por outro lado... já perdi 3 chapéus-de-chuva, as minhas roupas cheiram mal e quando as lavo estão 4 dias a secar e já escorreguei na lama 3 vezes. É fodido (e não é o amor!)!

Mais uma experiência para a minha lista de "coisas que quase ninguém quer experimentar para além de mim mesma".

Vou ficar por aqui até final do mês. Se conseguir, até lá, ter ainda coisas secas para vestir e não acabar deprimida com a inconstância do tempo...

Love!

sábado, 10 de julho de 2010

Kichari, tatoos e raga's

A isso se pode resumir a minha vidinha de exploradora dos misterios da vida, nesta bela localidade que da pelo nome de Bhagsu, desde ha 3 semanas sensivelmente... kichari, tatoos e raga's :-)

Voltei a India, depois de umas voltas pela Tailandia e uma pequenissima incursao na Malasia. E para nao ser sempre do mesmo, decidi mudar um pouco o registo. Umas ferias do que tem sido os ultimos meses, ou seja, yoga, massagens, vida social, sol, calor...

Entao. Vim quase directa para Dharamsala. Melhor, Bhagsu. Porque Dharamsala fica um pouco abaixo. Na verdade, quem vem para Dharamsala nunca vem para Dharamsala. Porque o que interessa fica acima. Dalai Lama, budismo, meditacao e afins. Mcleod Ganj e o nome do sitio onde se encontra isso tudo. Como estou numa de ser diferente (aos 33 apetece-me dar uma de rebelde!) vim ainda mais acima e instalei-me em Bhagsu. Nao morro de amores pelo Dalai Lama e nao faco questao de ir ve-lo. Do Budismo, o que sei chega-me. Meditacao tambem nao e novo para mim, portanto decidi ocupar os meus dias na montanha de forma alternativa.

Em Bhagsu encontra-se de tudo. E um sitio pouco genuino mas na verdade, sitios genuinos na India nao interessam a uma mulher que nao esteja acompanhada (de preferencia por um homem) - eu, nesta etapa da minha "exploracao". De tudo o que por aqui se arranja, empinei com um tratamento ayurvedico (Panchakarma), aulas de bansuri e canto tradicional indiano.

O Panchakarma e dificil de fazer mas esta a dar resultados. Os meus joelhos estao cada vez melhor e quase ja noa tenho dores!!! Fantastico!! Comecei com massagens e banhos de vapor e tomando uma mistura de ghee derretido (google it!) com umas ervas medicinais todas as manhas de estomago vazio. Agua, uns 4 litros todos os dias. Ao cabo de 5 dias, lugar ao vomito. Sim, vomito. Pela manha, de estomago vazio, naturalmente. Depois de beber um litro e meio de uma mistela intragavel, vomita-se tudo. Naturalmente ou induzindo o vomito. Temos que ser fortes! Ao decimo dia, diarreia. Apos comer uma pasta suculenta pela manha, vai-se para casa e passa-se o dia todo a cagar. Mesmo. E o dia da diarreia. Ao fim de 2 semanas, o tratamento muda para edema (google it again!), massagem facial com vapor e limpeza das vias respiratorias e aplicacao directa de oleos medicinais nos joelhos.

Depois do que acabo de descrever, e legitimo perguntarem: "Tas maluca??" Respondo: "Nao. nao estou maluca! Simplesmente acredito no poder curativo da Ayurveda e no seu metodo de limpeza profunda do organismo, com especial incidencia no estomago (por isso o vomito) e os intestinos (por isso a diarreia e os edemas) e consequente tratamento da doenca."

Para alem de tudo o que ja descrevi, devo realcar a rigidez inerente a dieta e habitos de vida. Kichari (google it again, please and sorry!) e o que tenho comido praticamente sempre, tabaco, alcool, drogas e sexo, NAO. Vida social o mais reduzida possivel. Shanti, shanti e o melhor amigo do Panchakarma ;-)

Por todas estas razoes, tenho passado o tempo quase sempre em casa onde tenho um vizinho tatuador. Dai, a minha vida em Bhagsu tem sido, ir ao Panchakarma, cozinhar kichari, comer kichari, assistir as tatuagens que o meu vizinho faz e ir as aulas de canto e flauta indianos.

As aulas de canto e flauta sao o unico momento social diario que tenho (o tatuador e um bocado snob e nao tenho paciencia para americanos pseudo-artistas snob's) porque os professores sao uns curtidos e sempre me divirto imenso! Ja aprendi umas raga's. Mas o mais giro da historia das aulas e que descobri ha uns dias que tenho um amigo portugues em comum com os professores! Foi seu aluno em Varanasi ha uns anos e sem saber, vim parar na mesma escola. E em Bhagsu ha imensas escolas de musica... O mundo e pequeno, ha?!

Para terminar este post a tempo de voces nao estarem fartos e desistirem de continuar a ler, termino aqui, apenas com o Bhagsu label: kichari, tatoo's e raga's!

domingo, 13 de junho de 2010

Se eu pudesse fazer massagens, todos os dias, fazia ;-)

Massagens. A grande descoberta desde que cheguei a estas bandas do planeta. Iniciei-me com a massagem Ayurveda/Yogica (Ayuryogic), na India, continuei na Tailandia com a massagem Yogica (mais conhecida como massagem Tailandesa) e reflexologia. Fico impressionada com a diferenca de rapidez de aprendizagem entre a primeira e a ultima massagem que aprendi. Quando comecei a Ayuryogic, baralhava-me imenso e cheguei a acreditar que nunca conseguiria memorizar toda a sequencia, que nunca conseguiria fazer a massagem com "flow". As merdas que metemos na cabeca, hein?! Algumas massagens depois (vou quase numa centena) ja tinha o tal flow e ate ja improvisava. E incrivel como se comeca a ler os corpos, a ser sensivel as expressoes faciais, as reaccoes corporais de quem esta a receber a massagem. Mais incrivel que isso e comecar a olhar as pessoas que conhecemos e, quase automaticamente, naturalmente, pensar no que os seus corpos precisam. Indo mais alem, o que as suas almas precisam. Sim, porque para mim massagem faz parte de uma ampla categoria de terapias holisticas.
Para alem da massagem, iniciei-me na Ayurveda, medicina tradicional indiana. Um mundo de conhecimento que cada vez me interessa mais. Nao consigo parar!!!
Ayurveda, massagem, yoga... tudo conectado. A Ayurveda ensina muitas coisas e uma delas e a importancia da massagem. De uma forma geral, todas as pessoas precisam de algumas coisas para viver em harmonia e com saude. Uma delas e a massagem. A activacao da circulacao, o acordar dos orgaos - sendo a pele o primeiro e mais amplamente acordado - o alongamento dos musculos e tendoes, o bem-estar geral etc, etc... tudo isto e quase tao vital como respirar e comer todos os dias. Claro que avaliando esta afirmacao ayurvedica, com olhos de quem vive numa sociedade em que a massagem e vista (e cobrada) como bem de luxo, parece quase um disparate. Da vontade de rir! No entanto, dando vontade de rir ou nao, e verdade. Todos deveriamos ter acesso a massagens. Seriamos mais felizes, menos stressados e mais saudaveis ;-)
Na Tailandia, a ver pelo numero de casas de massagem e pelo preco a que sao dadas podemos concluir que, mesmo sem Ayurveda, os tailandeses consideram-na, tambem, essencial. Faz parte das suas vidas, todos os dias.
Gostava que fosse assim em todo o mundo :-)))) Aposto que toda a gente gostava!
Se eu pudesse fazer (e receber!) massagens, todos os dias, fazia (e recebia!)
Peace, Love and Massage sera o meu novo lema!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 12 de junho de 2010

Os pobres porcos

Na ultima viagem de barco para Ko Phangan, assisti a uma cena de puro terror. A preparar-me para sair do barco, deparo-me com uma imagem horrivel. Uma carrinha chei de porcos. Porcos gordos, cor-de-rosa a guinchar e a transpirar que nem porcos (LOL). Como se destilassem a gordura que e o seu corpo. Guinchavam porque sofriam. A jaula onde estavam enfiados ha nao sei quanto tempo, com um calor abrasador, nao os deixava mexerem mais do que as orelhas. Nao tinham espaco sequer para esticar as pernas. Nao tenho forcas para discussoes sobre a etica presente no que metemos a boca nem sobre respeito pelos animais. Cada um sabe de si, de como trata o mundo a sua volta e do que come. Eu nao comi carne de nenhum daqueles animais enjaulados. O stresse a infelicidade que acumulavam nos seus corpos nao me afectou mas a simples visualizacao de tal cena, grotesca, afectou a minha alma por agumas horas. Verdade seja dita que ja quase me esqueci de como carne como aquela afecta o meu corpo e a minha alma. Mas de uma coisa tenho certeza. Desde que deixei de comer animais, sinto-me muito mais em paz e em sintonia com o cosmos.
Na Tailandia, como em varios outros paises do sudoeste asiatico, ir aos mercados pode ser uma tortura para mim. Ele e ver todo o tipo de animais, semi-vivos (mehor, semi-mortos) em jaulas, prontos para a faca. Aqui parece-me pior, mas em qualquer parte do mundo acontece o mesmo desrespeito pelos animais, seja para comer ou nao. A cena do barco nao e uma cena que nunca tenha visto. Nao sei se hoje em dia ainda e permitido transportar animais em tais condicoes, mas ha uns anos era. Quem nunca viu um camiao cheio de porcos/vacas/ovelhas, a molhada? :-( Triste, ne?
Pois bem, eu tomei a minha decisao ha algum tempo. Colaborar o menos possivel para que estas cenas ainda possam ser vistas. Nao como animais, o que consumo de origem animal (ovos, leite, queijo...) e de producao biologica e deixei de comprar artigos de pele. Nao facam como eu. Facam mehor, se puderem ;-)
Bem haja!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Perhentian Island, Malasia

O calor acorda-me todas as manhas. O calor ou a M! Esta manha foi a M! E cedo e e a ultima manha em Perhentian Island. Ha que aproveitar cada minuto. Mesmo que um pouco cansada, fiquei contente por ter sido acordada! LOl!Verdade seja dita que de tudo o que ha para fazer nesta ilha, ainda um pouco paradisiaca, ja fiz quase tudo. Quase. Faltam-me as caminhadas e o mergulho. As caminhadas ficam para a proxima visita, definitivamente. mas o mergulho, talvez ainda possa experimentar. Espero ansiosamente!
R, instructor de mergulho, espanhol, couchsurfer de "nascenca" (suportavel!) divertido, ironico, generoso, aceitou trocar uma massagem por uns mojitos e umas horas de introducao ao mergulho. A ver...
Snorkeling nos corais ou em agua aberta, e para mim, o must desta visita. Ate agora. Porque ainda nao fiz o mergulho. Talvez amanha esta afirmacao deixe de ser verdadeira. Por ora, o snorkeling esta no topo da lista. Eu sei que nao e uma cena nada de especial mas dado o medo que tenho do mar (a parte que nao se ve quando se esta de fora, quando apenas se ve a superficie), e algo especial.
Nao e a primeira vez que faco. Experimentei no Mexico, ha uns anos e correu bem. Normal! Para ser sincera, nao sei de onde me vem este medo do mar nem quando comecou. Nao e coisa que tenha tido sempre. Pelo contrario. Quando era adolescente, lembro-me que passava as ferias de Verao dentro de agua. Perto da costa, longe, com prancha, sem prancha, com boia, sem boia, no meio de rochas, a nadar... whatever... sempre dentro de agua. Bom, nao obstante tudo isto, agora, presente, sinto-me muito limitada quanto a tudo o que se pode fazer no mar.
O snorkeling correu bem, sempre com alguem por perto, claro! Mais do que ver peixes e corais coloridos, e para mim uma terapia. Estava um pouco nervosa no primeiro spot. Talvez o facto de se chamar shark point, tenha contibuido para o nervosismo! Mesmo que os tubaroes sejam pequenos e inofensivos, nao me sinto confortavel a nadar na casa deles. A frase do costume nao me convence: "eles nao fazem nada. Normalmente, fogem de ti." O meu cao tambem nao faz nada mas ja me mordeu. Muitos animais nao fazem nada mas as vezes passam-se! E um tubarao pode passar-se! E pode passar-se COMIGO. LOL! Ja viram a boca de um tubarao? Os dentes? EU JA!
Bom, mas agora quem nao se deve passar sou eu! Foi tudo shanti, shanti, tenho os bracinhos e as perninhas no lugar e o respeito que tenho pelo mar e pelos tubaroes aumentou. O medo diminuiu :-) RESPECT! Alem disso, toda a beleza dos corais, dos peixes, das tartarugas (so vi duas, mas bastou. Sao divinas!), de se estar no silencio quase absoluto prendeu um pouco da minha alma. Pura meditacao.
Com amor,
Nataraja!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Viver sem dinheiro!

Recebi hoje um e-mail que me fez sorrir. Um dia, tambem gostaria de viver sem dinheiro. Na verdade, ja o tenho feito uma ou outra vez. Troco massagens por algo que precise. LOL ! Aqui deixo o e-mail. Quero partilhar:

"Um economista britânico que passou os últimos 18 meses vivendo sem dinheiro está lançando um livro em junho contando a sua experiência (The Moneyless Man, ou O Homem Sem Dinheiro, em tradução livre) e diz que nunca foi tão feliz ou tão saudável.
Mark Boyle começou seu experimento em novembro de 2008, aos 29 anos, com o objetivo de chamar a atenção para o excesso de consumo e desperdício na sociedade ocidental.
Na ocasião, ele se mudou para um trailer que ganhou de graça no site de trocas britânico Freecycle e passou a trabalhar três dias por semana em uma fazenda local em troca de um lugar para estacionar o trailer e um pedaço de terra para plantio de subsistência.
Dezoito meses depois ele afirma que não pensa em voltar a usar dinheiro e que, com o que ganhar com a venda do livro, pretende comprar um pedaço de terra para montar uma comunidade em que outras pessoas que queiram viver sem dinheiro, como ele, possam morar.
"Foi o ano mais feliz da minha vida", disse Boyle, 12 meses depois de começar a experiência, "e não vejo nenhum motivo para voltar a um mundo orientado pelo dinheiro".
"Foi libertador. Há desafios, mas não tenho o estresse de uma conta bancária, contas, engarrafamentos e longas horas em um trabalho do qual que não gosto."
A parte mais difícil, conta ele, foi manter uma vida social sem dinheiro, mas ainda assim ele classifica o ano como tendo sido "fantástico".
Boyle continua a viver no trailer em Timsbury, no sudoeste da Inglaterra, onde cozinha em um fogão de lata movido a lenha e colhe comida nas florestas, além de plantar alguns legumes para seu próprio consumo.
Ele também construiu um banheiro séptico - uma fossa - do lado de fora do trailer, onde um biombo de madeira garante sua privacidade.
Para garantir a eletricidade, Boyle usa painéis solares. Ele também usa um chuveiro solar - um saco de água coberto de preto, que esquenta sob o sol.
Boyle tem acesso à internet de banda larga em troca de serviços em uma fazenda próxima, e criou o site Just For The Love of It ("Só por amor", em tradução livre), onde promove a troca de serviços e empréstimo de objetos e ferramentas entre seus membros, pela simples "bondade".
Sua ideia é que as pessoas passem a confiar mais umas nas outras e comecem a se ajudar e trocar favores.
Ao começar a experiência, Boyle disse acreditar que "a falta de relação que temos do que consumimos é a primeira causa da cultura de desperdício que vivemos hoje".
"Se tivéssemos que plantar nossa própria comida, não desperdiçaríamos um terço dela."
Sua mensagem, diz ele, é: "consuma um pouco menos".
"Não espero que ninguém vá ao extremo do que fiz neste ano, mas temos questões como o ponto sem retorno das mudanças climáticas chegando, e acredito que temos que levar essas coisas a sério."
"Então, use menos recursos, use menos dinheiro e um pouco mais de comunidade. Essa, provavelmente, a mensagem que eu daria.""

Com amor,

Nataraja :-)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Acreditar no impossivel...

Acreditar no impossivel.

Acreditar que o oceano vai levar esta mensagem ate ti.

Posso sentir as tuas maos a tocar a garrafa, tal como os teus labios a tocar os meus apos meses de ausencia.
Posso sentir as tuas maos a desdobrar o papel, tal como os teus olhos a despir a minha roupa apos meses de distancia.
Posso sentir a tua voz a ler cada palavra, tal como a tua alma a amar-me toda, apos o impossivel.

AMO-TE. SEMPRE, PARA SEMPRE, ate ao IMPOSSIVEL...

A Tailandia...

Um mes nao e suficiente para conhecer um pais. Nem uma cidade, quanto mais um pais. Nem Portugal, quanto mais a Tailandia. No entanto, e suficiente para se sentir se se quer voltar. No meu caso e mesmo tendo vivido momentos unicos, sinto que nao vou voltar. Bangkok e uma cidade cosmopolita. Respira organizacao, limpeza (bom... eu vim da India!! LOL) e muito consumismo. Demasiado, a meu ver. Ha muito tempo que o meu interesse por cidades se esgotou. Sobretudo se forem cidades de interior, sem mar. E o caso de Bangkok. Nada me cativa, ai. Chiang Mai, a norte, podemos considerar a capital das massagens. As boas escolas estao quase todas em Chian Mai. Todavia, nao e atributo suficiente para me fazer querer ficar. E uma cidade antiga, com 1001 templos, nenhum impressionante. Mais, o primeiro que visitei deixou-me com uma ideia nao muito positiva! Fui atacada por um tarado que se fazia passar por guarda do templo! Ou isso ou era mesmo um guarda tarado. Ja nao digo nada! Tudo e possivel! Estava eu entretida a tirar umas fotos quando se aproximou e me chamou para junto dele. Como nao falava uma palavra de ingles ( como quase todas os tailandeses), aproximei-me. Comecou a guiar-me para a casa ao lado do templo. Pensando que me queria mostrar algo, segui-o. Fui subindo as escadas, intrigada com o individuo. Estava num templo, a minhas amigas estavam a minha espera no patio. Nem por um segundo me passou pela cabeca que o tipo me queria atacar! So quando me abriu uma porta que dava para uma casa-de-banho, entendi que estava em apuros. Tentei disfarcar, agradecendo e dizendo que nao queria ir a casa-de-banho. LOL! Entao, comecei a descer as escadas sem fazer grande alarido quando o tarado me agarrou. O HORROR! LOL Nesta situacao, fiquei contente por ter herdado a pujanca das cordas vocais da minha querida mae! Um berro foi suficiente para assustar o tipo e para as minhas amigas me socorrerem. Nao passou de um susto e de uns apalpoes nojentos mas foi suficiente para gravar na memoria o perigo inerente a uma inocente visita a um templo tailandes. Nao mais entrei num tempo. Em Chiang Mai ou em qualquer outra parte da Tailandia. Aparte tudo isto, de todas as formas, a minha vinda a Tailandia tem um proposito bem claro e nao e fazer turismo, obviamente. Improvisacao e viver o momento sao sempre possiveis mas no topo da minha lista de prioridades esta a aprendizagem da massagem. Foi esta a prioridade que me levou a Lahu Vilage, uma pequena aldeia tribal, de algumas que ainda restam por aqui. Na verdade, de tribal ja nao tem muito. Cstumava ser uma tribo nomada, ja nao e. O Governo "obrigou-a" a fixar-se. Costumava viver da caca, ja nao vive. Cria porcos, galinhas e talvez mais algum ser vivo que prefiro nem saber. Penso que neste aspecto, os Lahu tem muito em comum com os tailandeses: comem tudo o que mexe!!!
Costumavam ser livres, ja nao sao. Precisam de bilhete de identidade e as criancas tem que ir a escola. Tailandesa. A lingua e apenas falada, pelo que, a meu ver, em algumas geracoes nao havera registo da lingua Lahu. Deixando de falar o ultimo Lahu, a lingua desaparece. Game over. Costumavam entreter-se com jogos de rua, agora fazem-no com a TV. Bm, ha ainda muitas coisas que fazem da aldeia um sitio especial e quase unico. As casas sao de bambu, mesmo ja havendo algumas de madeira, sem cozinha, sem quartos e sem casa-de-banho. A maior parte delas tem apenas uma divisao, a familia dorme toda junta, em pequenos colchoes no chao e fogao nao existe. Tudo e cozinhado em potes de barro, tendo uma fogueira como fonte de energia. Nao deixa de ser comico ver tudo isto a par de uma TV, dvd's e grandes antenas parabolicas no exterior. Por debaixo das casas, vivem os porcos e as galinhas. alimentados sobretudo de troncos de bananeira, que as mulheres cortam miudamente todas as manhas e dos restos das refeicoes diarias. Trabalham em campos de flores, a grande moda e dai advem a maior parte do seu rendimento.
Estive 2 semanas a viver nesta aldeia. Sem turistas. Aprendendo Thai Massage, conhecendo pessoas extraordinarias, com muitas e boas historias para partilhar e melhor que tudo isto... conheci um pouco mais de mim e de como sou feliz... livre, vivendo uma vida simples. Com muito pouco contacto com a "civilizacao" e muito contacto com a Natureza. Com mim mesma. Caso para dizer: quanto menos, melhor ;-)
Estou perto de voltar para a India e da Tailandia guardo boas recordacoes. Fiz bons encontros aqui. Poucos mas bons. Lahu Vilage foi o must deste episodio. Guardo os cheiros, os sons, o ceu estrelado e a tempestade ao longe, no horizonte, por cima das montanhas, os rostos das criancas e o sorriso dos adultos.

sábado, 24 de abril de 2010

Vaca negra, vaca branca - parte 2

Parecia tudo normal. Quase perfeito. Eramos 4, iamos de taxi para Delhi (o que e melhor e muito mais rapido do que ir de autocarro) que nos deixaria no aeroporto e depois, no centro. Cool! Fomos dormir descansadas da vida e agradecidas aos Deuses por nos terem dado uma solucao para um caso que estava complicado!
No entanto, na manha seguinte rebentou a bomba! LOL! Quando ligamos ao taxista para confirmar o local e a hora de encontro, recebemos uma ma noticia. A boa maneira indiana, o tipo comecou por dizer que nao estava confirmado porque nao tinhamos ido ao escritorio pagar. Ora ele nao tinha pedido para fazermos isso... Refilei e tentei faze-lo mudar de ideias e entao, o que inventou foi que nao podia levarnos a Delhi porque tinha entendido que era para o dia seguinte! LOL! Desisti que refilar porque senti que quanto mais o fizesse mais desculpas ia inventar e mais tempo eu perdia. Melhor tentar encontrar um outro taxi. Assim fiz. Comecei a procurar um taxi para dai a 6 horas. A coisa estava feia. Nenhum queria ir ou entao pediam precos absurdos. Dasse... Deuses???? Onde foram??? Porque nos abandonaram??!!!
Como se nao fosse pouco o facto de nao conseguirmos arranjar taxi, um dos tipos que ia connosco, ligou a dizer que tinha desistido porque se tinha apercebido que nao tinha dinheiro para viajar nesse dia. Arghhhhhhhhhhhh!
A D. tinha que estar no aeroporto as 5 da manha do dia seguinte, pelo que no maximo, as 9 da noite tinhamos que sair de Rishikesh sob pena dela perder o voo.
Apos uns breves momentos de negatividade, decidimos concentrar-nos em arranjar uma solucao. Tinhamos combinado com o outro rapaz, que nao tinha telefone e por isso nada sabia do que se estava a passar, as 5 da tarde. Quando chegou essa hora, ele apareceu no ponto de encontro e lhe contamos que nao tinhamos taxi e eramos apenas 3, ficou nervoso. Nervoso para nao dizer outra coisa! Precisou de uns momentos para se acalmar e quando se acalmou juntou-se a nos e comecou a procurar taxi.
Depois de algum tempo a procura, la arranjamos um taxi. Porem, so podia partir as 7. Estava a caminho de Rishikesh, de volta de deixar um cliente algures. Pois bem. Esperamos. Bebemos uns cafes, fumamos uns cigarros e esperamos.
Chegaram as 7 e o tipo nao aparecia. Ligamos e estava atrasado. Entao, esperamos mais uma hora. Nao aparecia novamente, pelo que ligamos novamente. Continuava atrasado e continuamos a esperar. Isto sucedeu ate as 9 e meia da noite. Nao estavamos a acreditar! Que dia stressante.
Finalmente, aparece a peca! Que choque! Nao sabemos se o tipo estava bebedo, drogado ou se era simplesmente atrasado mental! Juro! Que figura! Que personagem! Este tipo ia conduzir por, pelo menos 8 horas seguidas e, sem alternativas, tinhamos que aceitar que o fizesse.
A viagem correu estranhamente bem. Parou algumas vezes para fazer nao sei o que (juro que nao sei!) e um dos 3 tinha que estar sempre acordado para garantir que ele nao adormecia! Mas aparte isso correu bem. Ate chegarmos a Delhi correu bem. Quando nos aproximamos de Delhi a coisa comecou a aquecer. O tipo nao sabia o caminho para o aeroporto! Sim!!! Verdade!!! Parece mentira mas e verdade! O taxista nao sabia o caminho para o aeroporto! Parava para perguntar, andava as voltas e o tempo a passar! Estavamos quase nas 4 e meia da manha e andavamos em circulos. Que pincel! A D. desesperava e ja quase batia no taxista! Uma cena digna de palco!
Quando finalmente chegamos ao aeroporto, eu e a D. saimos e deixamos o rapaz no taxi, com todas as malas dentro. Ela ia ver se o voo para Franca saia mesmo ou se tinha que esperar como milhares de pessoas por todo o mundo, retidas em aeroportos por causa do vulcao da Islandia. Eu ia ver bilhetes last minute para a Tailandia. Pois bem, fui e nada encontrei. Quando volto para junto do taxi, o taxi nao estava onde o tinha deixado. Mas o rapaz estava. Entao, quando lhe perguntei pelo taxi ele diz-me que a policia chegou e disse ao taxista que nao podia estar estacionado, pelo que o taxista partiu. Com as nossas malas. Falando um ingles merdoso, o rapaz aceitou que o taxista se fosse, com as nossas malas, deixando um numero de telefone para lhe ligarmos quando estivessemos prontos. Fim do episodio aeroporto: a D. nao voou, eu nao consegui bilhete last minute para a Tailandia e apos 3 horas de telefonemas surreais conseguimos entender onde o taxista estava e recuperar as nossa malas. O taxista estava tranquilo. Como se nada se tivesse passado. Nos estavamso em brasa! Literalmente! Estavam uns 45 graus em Delhi e os nossos cerebros fumegavam!
Esta personagem unica ficara nas nossas memorias para sempre! Depois do aeroporto, era suposto nos levar ao centro (onde iamos ficar ate resolver o que fazer). Tal como ja tinha acontecido anteriormente, o tipo nao sabia onde era! Andou as voltas ate que o rapaz lhe gritou para parar. Saimos e chegamos ao destino de rickshaw! LOL!
Agora, estou a escrever da Tailandia (pais organizado, limpo e pontual) e mesmo depois de toda esta historia confesso: tenho saudades da India!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Vaca branca, vaca preta - parte 1, o novo filme de Kusturica!

As ultimas horas vividas neste pais surpreendente, chamado India, foram das mais surreais ate agora experenciadas e inspiradoras do guiao do proximo filme do Kusturica: Vaca branca, vaca preta! Surrealllllllllllllll!!!!!!!!!!!!!
A aventura despoletou ha 2 dias em Rishikesh, quando acabadas de chegar, eu e a minha amiga D., em conversa com uma americana simpatiquissima, resolviamos o problema da D. que tinha que voltar a Deli em 2 dias para voar para a Europa. Devido ao Kumba Mela, todos os comboios e autocarros estavam lotados, havendo pouca alternativa. Fazer Rishikesh/Deli de taxi era a unica solucao. No entanto, por ser muito caro, havia que encontrar alguem com a mesma intencao para se poder partilhar a despesa. Pois bem, a americana e o seu namorado queriam vir para Deli no mesmo dia. O problema da D. estava resolvido.
Trocamos telefones para no dia seguinte confirmarmos tudo e la fomos a nossa vida!
No dia seguinte, ja pelo fim da tarde, resolvemos ligar a americana. Foi quando tivemso a surpresa de ultima hora, bem ao estilo indiano. Tinah desistido. A D. estava sozinha. Melhor. O taxista, dando-se conta de que nao havia alternativas, decidiu subir o preco de 3000 para 4000 rupias. A D. estava lixada com f ;-)
Quase no mesmo momento, da mesa ao lado, ha uma voz que pergunta: "Vais amanha para Deli? Precisas de alguem para partilhar o taxi? Eu tenho um amigo que esta interessado." Cool!!! Obrigada Deuses!
Ja eram 2 mas ainda nao estavamos satisfeitas. Havia que encontrar mais alguem. Assim, decidimos correr as mesas do restaurante e perguntar se alguem queria juntar-se ao grupo. Logo na primeira tentativa, uma resposta positiva. Estava a correr bem, hein!
Entretanto, eu, que tinha vindo para Rishikesh principalmente por causa de um curso de uma semana com Usha Devi (uma super professora de Iyengar), sentindo, inexplicavelmente, pouco entusiasmo, decidi trocar esse plano por um outro, um pouco mais longe. Um curso de um mes intensivo, de yoga, na Tailandia. Assim e porque esse curso comeca no dia 26 de Abril, havia que partir de Rishikesh mais cedo do que tinha previsto de inicio. Decidi parir com a D. e os outros dois. Estava tudo perfeito. Tinhamos 4 pessoas, o taxi, iamos tentar arranjar outro ou convencer aquele a reduzir o preco e para terminar em perfeicao, a minha outra amiga chega com a novidade de que tinha confirmado que eu afinal nao estava inscrita na semana de yoga com a Usha Devi. A minha falta de entusiasmo estava explicada ;-) Estou conectada comigo mesma e com o universo!

domingo, 18 de abril de 2010

4 meses e meio de India

Hoje e, talvez, o meu penultimo dia na India. 4 meses e meio e muitas coisas se passaram. O balanco e mais que positivo. Estive quase sempre em Arambol e nao me arrependo. Muitas coisas aprendi, muitas emocoes senti e foi com uma lagrima no canto do olho que parti. Interessa-me mais conhecer pessoas que monumentos e paisagens! LOL! Por isso, nao conheci muito da India mas conheci muito de algumas pessoas que talvez me acompanhem pela vida. Aprendi massagem, pratiquei yoga, tentei aprender flauta e praticar didgeridoo e dancei muito ao por-do-sol ao som de musica tribal! Coneccoes fortes!

Estou ha 4 dias em Rishikesh e o plano era de ficar ate final do meu visto mas mudei de planos. Vou mais cedo para a Tailandia. Quero fazer um curso intensivo de 1 mes de yoga que comeca no dia 26 portanto, aqui vou eu!

Breve, estarei de volta!

Com amor!

Om Nama Shivaia!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Flower Power

Era uma vez... uma gatinha orfã, sozinha, apavorada, esfomeada e perdida num mundo cheio de perigos que teve a sorte de cruzar caminho com uma menina muito generosa. Essa menina, não podendo salvar a gatinha de tremendo sofrimento, decidiu procurar alguém que o fizesse. E encontrou :-) Uma outra menina! Essa outra menina, desde então, agarrou essa missão de salvamento com unhas e dentes e a gatinha deixou de ser orfã, de estar sozinha, apavorada e esfomeada. Continua a viver num mundo cheio de perigos e que um dia terá que enfrentar mas até lá, vive que nem uma princesa. Quando não é a menina a tomar conta e a brincar com ela, são os amigos da menina que o fazem. Até tem um amigo da menina que vai ao mercado 2 vezes por semana para lhe comprar sardinhas. E esta, hein?!
Passa o dia a brincar, a comer e a dormir, como quase todos os gatos por esse mundo fora. Quase todos. Não todos. Principalmente na Índia, quase nenhuns. Se não são os corvos a arrancar-lhes os olhos quando são bebés, são os cães a comê-los ou os indianos a matá-los. Se superam esse nível e chegam a adultos, têm que se virar para arranjar comida porque aqui, Whiskas para gatos é como caviar para os pobres... só em sonhos! Se existe reencarnação, peço aos Deuses para não ser gato, na Índia, numa próxima vida! LOL!
A menina baptizou a gatinha com o nome de Flower Power e aí ficam umas fotos para a posteridade :-)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Arambol... recta final...

O plano que tinha de repetição do curso de massagem, em Março, foi alterado! E ainda bem! Na verdade, o que justificava quase um mês de "férias" em Arambol, depois de um desvio por Diu e Agonda, deixou de o justificar: o estado do meu pulso e a companhia da minha amiga espanhola Etiam, na repetição do curso. Tínhamos combinado repetir juntas, o que é sempre bom por uma questão de custos e de prática conjunta da massagem após as aulas. No entanto, não se passou assim. Havia um curso a começar no dia 15 de Fevereiro e o meu pulso estava operacional, pelo que decidi avançar com a repetição. Segui a minha intuição mas estava preocupada com o facto de nada ter dito à Etiam, depois do que tínhamos combinado. No entanto, uns dias depois, a preocupação deu lugar à satisfação plena pois a Etiam também tinha alterado um pouco os seus planos... estava (e está!) mais interessada em passar o tempo que lhe resta em Goa, a praticar massagem de outra natureza, indoor, if you know what I mean ;-) A paixão fala sempre mais alto que a amizade! LOL!! Além disso, o curso de Março, não é certo que se vá fazer...
Daqui resulta mais uma pequena lição para mim... seguir a minha intuição e não me comprometer com nada e com ninguém com tanto tempo de antecedência pois os planos mudam muito rápido. Se não sou eu a mudá-los, alguém os pode mudar por mim. E se há uma coisa que não quero é "ficar agarrada" ou deixar alguém agarrado :-)
Bom, repeti, aprendi imenso com o nível 2 (que terminei ontem), conheci pessoas fantásticas, estou super confiante acerca das minhas capacidades "massagísticas" e agora vou aproveitar os meus últimos dias de Arambol com praia, yoga, festa antes de partir para o norte à procura de uma brisa fresca, porque aqui já não se pode com tanto calor!!
Até já!
Com amor,
Nataraja

domingo, 14 de fevereiro de 2010

De volta à rotina!

Pisguei-me de Agonda há 2 dias. Já não podia mais com o estado demasiado pseudo-shanti dessa parte de Goa. Em Agonda e arredores não se passa NADA. Para quem quer descansar (e aborrecer-se de morte!!!!), não há melhor sítio ;-) Falando com o dono da Guest house em que fiquei, fiquei a saber que ¨Agonda é destino de quem quer apenas fazer yoga e meditação e por isso não há festas, não há vendedores na praia, etc, etc.¨- disse-me orgulhosamente . Não quis contra-argumentar tal afirmação mas a verdade é que no dia anterior tinha procurado um local onde pudesse fazer a minha prática e nada encontrei. Há locais que anunciam, de facto, aulas de yoga mas são muito fracos. Para mim, são muito fracos. Bom, ainda dei um pulo a Palolem, praia de que me tinham falado bem mas uma vez mais senti uma certa frustração. Não gostei. Só gosto de sítios em que vá e me apeteça ficar um pouco mais. Palolem não despertou isso em mim :-(
Perante tudo isto e embora goste muito da minha amiga Anaid, não havia condições suficientes que me prendessem mais dias longe de ¨casa¨.
Após 8 horas e 5 diferentes autocarros locais, chego finalmente a Arambol. Na verdade, ainda não tinha sentido a real ligação que já sinto a esta vila. Tive que sair para entender e sentir que gosto tanto de aqui estar. Há qualquer coisa em Arambol que me faz querer ficar mais e mais. Sempre algo a acontecer, caras novas e, no entanto, uma espécie de calmaria no ar.
Pessoas diferentes podem ter opiniões e experiências aparentemente contraditórias em Arambol. Pode ser vivida com serenidade ou com loucura. Há as duas coisas aqui. É agitada e serena ao mesmo tempo. Como eu :-) Talvez por isso me sinta ¨em casa¨. Talvez por isso me sinta bem aqui. Por me identificar com a energia da vila. De extremos...
Amanhã mesmo vou voltar à minha ¨rotina¨: yoga pela manhã seguido de curso de massagem Ayuryogic (o meu pulso está recuperado e volto amanhã às aulas), uma prainha à tarde e um pôr-do-sol full power antes do jantar :-)
Beijos e até já!

P.S. Que bom que é escrever português... com acentos... ;-)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

So mais isto...viajar e andar a deriva

Ja agora, aproveito para desmistificar outro ponto. Desculpem, os que olham para esta minha "condicao" de uma forma romantica. Eu tambem acreditava que existia Pai Natal mas depois cresci! LOL! Entao e o seguinte. A minha presenca, na India (por enquanto...) nao tem a ver com turismo, andar a procura de mim mesma, andar a deriva ou curticao. Melhor. Nao tem a ver SO com isso. Claro que ja tive, tenho e terei muitos momentos de relax, diversao e sight seeing. Claro que faco introspeccao e procuro conhecer-me um pouco melhor todos os dias. Claro que o meu plano e aberto e passivel de mudancas repentinas ;-) Faz parte da vida! Aqui e em qualquer lugar! LOL Mas estou aqui principalmente para aprender. Estou focada. Nao ando perdida, a procura do meu caminho. Estou nele!
Acho que neste momento me vejo como estudante. Mas a seria! Sem a parte da desbunda e das baldas, ok?! Estou a aprender yoga, massagens, danca e gostava muito de me iniciar no estudo da Ayurveda. Como tal preciso de ter disciplina e uma vida regrada. Nao vou a todas as festas giras porque geralmente tenho que me levantar cedo, 5 dias por semana e nao posso (nem quero) estar cansada. Desde que cheguei a Goa, so sai de Arambol (a minha "casa" por agora) numa de turista para visitar o Gujarat, ha mais ou menos 1 semana atras. E fiz isso porque neste momento estou a recuperar de uma lesao que fiz durante um curso de massagem, nao podendo assim fazer yoga e danca em full power, muito menos praticar massagem, estando com mais tempo, realmente e em todo o sentido da palavra, livre. Para alem disso o Gujarat interessa-me. Pelos ciganos, pela sua danca e pelo seu artesanato. Business ;-)
Depois, como ja disse tantas vezes, uma viagem implica uma partida e um regresso bem como uma especie de suspensao da vida normal durante o tempo em que se esta a viajar. Certo? Ora, nao e o caso. Nao tenho data de regresso nem vou voltar para nada do que tinha. Quando voltar vou comecar algo novo ;-) Boa?
Beijosss!!!!!!!!!!

Sorte, nao! Xampa!

Ando para escrever isto quase desde que cheguei. E hoje. Tem que ser agora!
A partir do momento em que decidi "mudar de vida", ouco toda a gente a dizer o mesmo: "Que sorte!", "Adorava fazer o mesmo, mas nao posso.", "Sortuda"... Sorte???? Que e isso??? Nao "romantizem"!!! Quero dizer a todas essas pessoas que nao e uma questao de sorte nem uma questao de poder. E uma questao de escolha e vontade. Para estar a viver aqui - viver e nao, como muitos tambem me dizem, viajar - sacrifiquei-me um ano a trabalhar no duro, vivendo no fim do mundo, durante o Inverno, sem sol durante 2 meses, a trabalhar numa fabrica de peixe, depois a servir as mesas num hotel e por fim num "escitorio" (que para os que me conhecem bem, sabem que e do mais deprimente para mim - salvaram-me as pessoas maravilhosas com quem trabalhava, os "Rofinhos") a abdicar de muitas coisas com o objectivo de poupar o mais possivel para agora aqui estar. Nao me saiu o EuroMilhoes, nao recebi uma heranca nem me deram o dinheiro... trabalhei e privei-me de muitas coisas. Quanto a historia de querer fazer o mesmo mas nao se poder por causa da casa, por causa do bebe, por causa da carreira, por causa do cao e do gato, a resposta para isso e: escolhas, prioridades! Eu tambem podia querer ter isso tudo mas nao quero. As minhas prioridades sao outras. Quero ter outras coisas e por isso me dedico a construi-las. Tal como os que querem construir uma familia, casam e tem filhos! Como os que querem construir uma carreira e aguentam chefes chatos e colegas insuportaveis fazem! Nao se pode querer e ter tudo ;-) Para mim isso nao e tao importante. Para as pessoas que dizem que queriam fazer o que eu faco mas nao podem, apenas tenho a dizer que se desenganem. Na verdade, no fundo nao e isso que querem. Porque se fosse isso que quisessem, faziam o mesmo que eu! LOL! Essas pessoas que dizem que nao podem por causa da casa, por causa do trabalho, etc, etc, tem que compreender que a casa e o trabalho sao mais importante para elas. E a sua escolha. Entao parem de falar como se fossem uns infelizes com a vida de amarras que tem porque se nao gostassem, de facto, das amarras, livravam-se delas. Foi o que eu decidi fazer. E pela escolha que fiz, pelas prioridades que estabeleci para a minha vida, talvez nunca venha a ter outras coisas que tambem gostava. Mas e assim. E a minha escolha. Nao se pode ter tudo, mas pode-se e deve-se ser feliz com o que se tem ;-)
Sejam felizes com a casa, com a carreira, com o conforto, com o que for. Parem de choramingar e de se queixar! Se nao forem felizes com a vossa escolha, parem para pensar um pouco nisso e, se for preciso mudem de vida e procurem o vosso caminho! Mas SEJAM FELIZES!
Beijos no coracao!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Xizato Matos e Gujarat, a terra do Kutchi e da lei seca ;-)

Estava a checar os mails e fiquei estupefacta com um tal de Xizato Matos! Nao e que este senhor me escreveu um e-mail a COBRAR o facto de eu so ter feito 7 posts em 8 semanas!!!!!!!!! Tipo: "Tao, pa?? Tas ai ha 2 meses e so postaste 7 vezes?? Que relaxe e este? Va. Bora la meter esses dedos a teclar. Fotos a bombar, historias giras pa malta curtir." Bom, o que tenho a dizer ao Xizato e o seguinte: OBRIGADA por me "picares" e por me lembrares da minha obrigacao! LOL! E verdade que ando super preguicosa e indisciplinada nesta cena de escrever. Nao menos verdade e sem que isso sirva de desculpa e que as fotos, as vezes, nao as consigo carregar. Mas de qualquer forma, vou comecar a escrever mais assiduamente. Com ou sem fotos, conversa vou dar ;-) Depois nao se queixem se escrever demais! E vou comecar agorinha mesmo. Faz de conta que o post comeca agora, ok?! :-) Bora la, entao!
Desde que terminei o curso de Ayuryogic Massage, ando em recuperacao lenta dos pulsos. Magoei-me a seria logo no segundo dia de curso. Tive o azar de calhar com o matulao do grupo que para alem de ser comprido (LOL) e tambem exigente, gosta de levar "porrada" quando esta a ser massajado! Nao parava de pedir mais pressao e eu dei-lhe toda a que tinha. Resultado: lixei os pulsos. Por isso, vou repetir o curso e fazer o avancado em Marco. Entretanto continuo com as aulas de yoga e de danca mas com algumas limitacoes fisicas, como e obvio. Quero chegar a Marco totalmente recuperada para a repeticao do curso Ayuryogic Massage. Por isso, decidi aproveitar Fevereiro para estar mais calminha e conhecer alguns spots indianos. Comecei por uma visita ao Gujarat.
O Gujarat, estado indiano que faz fronteira com o Paquistao e com os estados indianos do Rajastao e de Maharastra, sempre me despertou interesse pela presenca dos ciganos e das suas tentadoras criacoes texteis conhecidas por Kutchi. Adoro as saias e as blusas cheias de vidrinhos, conchas e bordados. A bijuteria tambem e uma coisa de perder a cabeca. Aqui mesmo, por Arambol, ja comprei algumas pecas nas lojas dos muitos gujaratis que aqui vendem e sempre me controlei pensando que uma visita ao Gujarat seria "a ocasiao" para comprar mais e melhores pecas de Kutchi. Enganei-me :-( Pelos sitios onde andei, nao vi nada que me agradasse. Nao comprei nada de Kutchi. Certo que so procurei em Ahmedabad, mas mesmo assim, em Arambol que fica tao longe, encontro pecas mais bonitas e velhas (quanto mais velhas mais bonitas e caras!!!). Enfim. Incoerencias indianas.
No entanto, o Kutchi nao foi a unica razao que me levou ao Gujarat. Fui essencialmente porque uma amiga ja estava por la e pensamos que seria interessante visitar Diu. Alguem lhe tinha recomendado... alguem com muito mau gosto ou com um humor muito negro! LOL!
Diu nao foi uma decepcao porque na verdade nunca tinha imaginado que seria um paraiso. E uma cidade com uma aura de misterio e sente-se uma certa nostalgia no ar. Como em Goa, ao dizer que sou portuguesa falam-me dos tempos em que Portugal governava e dizem-me que gostavam e tem saudades desses tempos. Saudade. Saudades em Diu. Muito portugues, mesmo! ;-) Gostei da experiencia mas nao vou recomendar e muito menos querer voltar a Diu. Quando houver condicoes (LOL), mostro as fotos desta visita.
Beijos no coracao!
Om Shanti!
P.S. So recomendo Diu para aqueles que andam a viajar pelo Gujarat e depois de tanto deserto e calor ja estejam capazes de matar por uma cerveja gelada! E que no Gujarat nao ha alcool (pelo menos oficialmente!) e em Diu, mesmo fazendo parte do Gujarat, ha!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Paradise Beach


Um destes dias, ja um pouco cansada de Arambol, fui ate Paradise Beach. Fica a 1 hora de viagem de acelera ;-) Aqui ficam algumas fotos de uma das praias mais bonitas que conheci na India, ate hoje. Ah! E ja agora partilho convosco uma descoberta peculiar: desenganem-se os que pensam que as bananas nao tem carocos. Tirei uma foto das 3 sementes que encontrei numa banana! Nao estou a gozar! Quase me partiam os dentes! LOL!! Beijos e ate ja!


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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Aqui por Arambol...


Cheguei a Arambol ha 18 dias. Este e o primeiro post desde entao (o dos coqueiros nao conta!). Tenho tantas coisas para contar que nem sei por onde comecar! O yoga no estilo Iyengar, as massagens ayuryogicas, as aulas de danca, os amigos novos, a estupefaccao perante o comportamento dos indianos em noite de fim de ano (dava um filme tipo David Lynch!!), os encontros imediatos de 12o. grau com seres... bem, nem sei como classificar... digamos, diferentes, unicos, bizarros! LOL!!


Comeco pelo yoga.


Bom, na verdade, uma das coisas que me trouxe a India foi o yoga. Desde que comecei a praticar regularmente, faz 2 anos e tal, apaixonei-me por ele. A palavra yoga deriva do sanscrito yuj que significa juntar, unir, direccionar a atencao em algo. Pois bem, e isso que sinto mudar em mim cada vez mais em cada dia que passa. Sinto-me mais una, mais concentrada e direccionada para o que julgo ser o meu caminho ;-)


O Yoga faz parte da filosofia indiana e foi sistematizado numa obra classica, Yoga Sutras, por Patanjali. A partir dai, muitas voltas se deu ao texto e hoje, encontramos varias escolas com diferentes abordagens praticas ao yoga.


Pois bem. Ate hoje o yoga que pratiquei foi o Hatha Yoga, a que ha quem defina como sendo o yoga tradicional. Se e assim ou nao ainda nao sei. Tenho que experimentar varios professores, estudar muito para chegar a uma conclusao (se ela existir, porque este tema e tao vasto que posso passar o resto da minha vida a aprender e nunca hei-de chegar ao fim). Por isso decidi comecar pelo Himalayan Iyengar Yoga Centre. Sempre ouvi falar deste senhor Iyengar e quis experimentar umas aulas. Continua a ser Hatha Yoga mas a sequencia, o tempo e a forma de fazer as asanas e diferente ao que estou habituada.


Iyengar transformou o yoga numa arte pelo perfeccionismo e detalhe com que sempre executou as asanas. Ao viajar para o Ocidente deparou-se com uma realidade diferente da indiana e de forma a tornar a execucao das asanas possivel aos corpos rigidos dos ocidentais introduziu varios elementos nas aulas. Cintos, fitas, calcos, almofadas, etc. Com o tempo, o praticante vai ganhando flexibilidade, resistencia e forca, podendo-se descartar do seu uso gradualmente. Entretanto, desvia a atencao do facto de nao chegar com a mao ao calcanhar ou de nao conseguir por a perna por tras do pescoco (LOL) para se focar em algo mais importante: escutar e entender o seu corpo. E dada muita importancia a forma como se posicionam os pes e como pequenos detalhes nesse posicionamento influenciam toda a postura das pernas e bacia. Impressionantes e simples exercicios e as sensacoes que desencadeiam... uau... fiquei de boca aberta! Pessoas com problemas de coluna, pescoco e joelhos recebem indicacoes diferentes logo no inicio. Ha asanas que nao devem fazer ou que, pelo menos, devem fazer de forma diferente.


Ate agora estou a gostar bastante da experiencia. No inicio fez-me um pouco de confusao toda a panoplia de elementos necessarios para executar as asanas, mas com o passar dos dias fui comecando a escutar melhor o meu corpo e a entender que tambem eu devo usa-los em varias asanas. Na verdade quase todas. Porque ganhar flexibilidade a custa de molestar joelhos, pescoco e costas nao me parece o bom caminho. Yoga nao e contorcionismo e nao se e melhor por se conseguir fazer as asanas na perfeicao. Yoga e equilibrio, harmonia e paz interior. Agora. No momento em que executamos a asana devemos sentir tudo isso. Que adianta conseguir por as pernas atras das costas (e um exemplo!) se isso nos causa desconforto e quase rebentamos porque nem conseguimos respirar??? Que adianta fazer a invertida sobre a cabeca se isso nos causa tensoes enormes no pescoco??? Por falar em invertida sobre a cabeca... nao se faz aqui. Pelo menos da mesma forma. Sharat, o professor defende que para se fazer a invertida sobre a cabeca de forma tradicional sem tensoes no pescoco e coluna sao necessarios cerca de 10 anos de pratica. No entretanto podemos lixar essas duas partes do nosso corpo. Entao a pergunta e: vale a pena quando se pode obter os mesmos beneficios de outra forma sem se sofrer as consequencias negativas? Resposta de Sharat: NAO! Solucao: invertida com ajuda de cordas onde nos penduramos! :-D A cabeca fica "no ar", tudo estica e alonga. Um must!!


Bom, ja esta longo o post e como quero que continuem com vontade de me ler, fico por aqui, por agora. As massagens ayuryogicas, as aulas de danca, os amigos novos, a estupefaccao perante o comportamento dos indianos em noite de fim de ano (dava um filme tipo David Lynch!!), os encontros imediatos de 12o. grau com seres... bem, nem sei como classificar... digamos, diferentes, unicos, bizarros, ficam para a proxima! Deixo-vos com um por-do-sol que nao consigo cansar-me de fotografar!




Um grande beijo no coracao!!!!!!!!!!




Sejam felizes ;-D