sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Tailandia...

Um mes nao e suficiente para conhecer um pais. Nem uma cidade, quanto mais um pais. Nem Portugal, quanto mais a Tailandia. No entanto, e suficiente para se sentir se se quer voltar. No meu caso e mesmo tendo vivido momentos unicos, sinto que nao vou voltar. Bangkok e uma cidade cosmopolita. Respira organizacao, limpeza (bom... eu vim da India!! LOL) e muito consumismo. Demasiado, a meu ver. Ha muito tempo que o meu interesse por cidades se esgotou. Sobretudo se forem cidades de interior, sem mar. E o caso de Bangkok. Nada me cativa, ai. Chiang Mai, a norte, podemos considerar a capital das massagens. As boas escolas estao quase todas em Chian Mai. Todavia, nao e atributo suficiente para me fazer querer ficar. E uma cidade antiga, com 1001 templos, nenhum impressionante. Mais, o primeiro que visitei deixou-me com uma ideia nao muito positiva! Fui atacada por um tarado que se fazia passar por guarda do templo! Ou isso ou era mesmo um guarda tarado. Ja nao digo nada! Tudo e possivel! Estava eu entretida a tirar umas fotos quando se aproximou e me chamou para junto dele. Como nao falava uma palavra de ingles ( como quase todas os tailandeses), aproximei-me. Comecou a guiar-me para a casa ao lado do templo. Pensando que me queria mostrar algo, segui-o. Fui subindo as escadas, intrigada com o individuo. Estava num templo, a minhas amigas estavam a minha espera no patio. Nem por um segundo me passou pela cabeca que o tipo me queria atacar! So quando me abriu uma porta que dava para uma casa-de-banho, entendi que estava em apuros. Tentei disfarcar, agradecendo e dizendo que nao queria ir a casa-de-banho. LOL! Entao, comecei a descer as escadas sem fazer grande alarido quando o tarado me agarrou. O HORROR! LOL Nesta situacao, fiquei contente por ter herdado a pujanca das cordas vocais da minha querida mae! Um berro foi suficiente para assustar o tipo e para as minhas amigas me socorrerem. Nao passou de um susto e de uns apalpoes nojentos mas foi suficiente para gravar na memoria o perigo inerente a uma inocente visita a um templo tailandes. Nao mais entrei num tempo. Em Chiang Mai ou em qualquer outra parte da Tailandia. Aparte tudo isto, de todas as formas, a minha vinda a Tailandia tem um proposito bem claro e nao e fazer turismo, obviamente. Improvisacao e viver o momento sao sempre possiveis mas no topo da minha lista de prioridades esta a aprendizagem da massagem. Foi esta a prioridade que me levou a Lahu Vilage, uma pequena aldeia tribal, de algumas que ainda restam por aqui. Na verdade, de tribal ja nao tem muito. Cstumava ser uma tribo nomada, ja nao e. O Governo "obrigou-a" a fixar-se. Costumava viver da caca, ja nao vive. Cria porcos, galinhas e talvez mais algum ser vivo que prefiro nem saber. Penso que neste aspecto, os Lahu tem muito em comum com os tailandeses: comem tudo o que mexe!!!
Costumavam ser livres, ja nao sao. Precisam de bilhete de identidade e as criancas tem que ir a escola. Tailandesa. A lingua e apenas falada, pelo que, a meu ver, em algumas geracoes nao havera registo da lingua Lahu. Deixando de falar o ultimo Lahu, a lingua desaparece. Game over. Costumavam entreter-se com jogos de rua, agora fazem-no com a TV. Bm, ha ainda muitas coisas que fazem da aldeia um sitio especial e quase unico. As casas sao de bambu, mesmo ja havendo algumas de madeira, sem cozinha, sem quartos e sem casa-de-banho. A maior parte delas tem apenas uma divisao, a familia dorme toda junta, em pequenos colchoes no chao e fogao nao existe. Tudo e cozinhado em potes de barro, tendo uma fogueira como fonte de energia. Nao deixa de ser comico ver tudo isto a par de uma TV, dvd's e grandes antenas parabolicas no exterior. Por debaixo das casas, vivem os porcos e as galinhas. alimentados sobretudo de troncos de bananeira, que as mulheres cortam miudamente todas as manhas e dos restos das refeicoes diarias. Trabalham em campos de flores, a grande moda e dai advem a maior parte do seu rendimento.
Estive 2 semanas a viver nesta aldeia. Sem turistas. Aprendendo Thai Massage, conhecendo pessoas extraordinarias, com muitas e boas historias para partilhar e melhor que tudo isto... conheci um pouco mais de mim e de como sou feliz... livre, vivendo uma vida simples. Com muito pouco contacto com a "civilizacao" e muito contacto com a Natureza. Com mim mesma. Caso para dizer: quanto menos, melhor ;-)
Estou perto de voltar para a India e da Tailandia guardo boas recordacoes. Fiz bons encontros aqui. Poucos mas bons. Lahu Vilage foi o must deste episodio. Guardo os cheiros, os sons, o ceu estrelado e a tempestade ao longe, no horizonte, por cima das montanhas, os rostos das criancas e o sorriso dos adultos.

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