domingo, 11 de julho de 2010

Essa coisa chamada monsão

Sempre tive curiosidade de saber como é a monsão. Tipo, como é possível viver num sítio que durante 2/3 meses se transforma num rio? Curiosidade idiota, eu sei, mas... de idiota todos temos um pouco, não?!! LOL

Bom, quando decidi voltar à India não decidi matar a curiosidade mas o destino encarregou-se de me la matar! Pois! Só escolhi (sem saber onde me estava a meter!) o sítio da India onde a monsão mata a curiosidade de pessoas como eu, à séria, sem dó nem piedade. Ah, pois é!!

Na verdade, é diferente do que imaginei, pois não chove sem parar o tempo todo. Só chove às vezes. Todos os dias, de manhã ou de tarde ou de manhã e de tarde, mas não todo o dia sem parar! Até agora, pelo menos. Mas quando chove, chove mesmo. Torrencialmente. Tudo se transforma, em minutos, numa torrente de água que parece não ter fim. Impressionante.

Nos primeiros dias, se acordava com um sol radiante a aquecer a alma, punha as havaianas, t-shirt e lá ía eu à minha vida de paciente panchakarma. Não precisei muito tempo para entender que aqui, independentemente de fazer sol ou não quando se sai de casa, leva-se SEMPRE o chapéu-de-chuva e uma camisola quente, PELO MENOS. Porque a chuva não se faz anunciar e chega rápido e violentamente sobre as nossas cabeças.

Não está frio, mas o céu já nos bombardeou com umas pedritas de gelo. Também não está calor, mas quando não chove sabia bem um mergulho na piscina do templo. Não sou corajosa o suficiente para tal - nunca vi uma mulher cair na água e não quero tornar-me lenda. Não está tanto calor para tamanho risco...

Humidade entranha-se nos ossos. E nas paredes. E nas roupas. E em tudo. Um horror. O mais difícil, para mim. Detesto humidade, sentir as coisas meio-secas, meio-molhadas. Por isso, quando faz sol, é ver toda a gente a estender as roupas sobre as pedras, os sapatos, os tapetes e tudo o demais. Para secá-los e para que o cheiro bolorento se vá. Pena as casas não terem telhados removíveis automáticos para que o sol pudesse entrar adentro e secar tudo de uma vez!

Por um lado, não me afecta muito porque, depois de vários meses num constante frenesim, sinto falta de tempo para estar apenas comigo, com as minhas leituras, com os meus filmes, com os meus pensamentos. A chuva dá-me isso, sem qualquer esforço da minha parte. Por outro lado... já perdi 3 chapéus-de-chuva, as minhas roupas cheiram mal e quando as lavo estão 4 dias a secar e já escorreguei na lama 3 vezes. É fodido (e não é o amor!)!

Mais uma experiência para a minha lista de "coisas que quase ninguém quer experimentar para além de mim mesma".

Vou ficar por aqui até final do mês. Se conseguir, até lá, ter ainda coisas secas para vestir e não acabar deprimida com a inconstância do tempo...

Love!

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